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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Ex-deputado tucano é hostilizado por criticar pedido de impeachment de Dilma

Xico Graziano, ex-coordenador digital da campanha presidencial de Aécio Neves

O ex-deputado tucano Xico Graziano, ex-coordenador digital da campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB), foi hostilizado por internautas após classificar como "absurdos e antidemocráticos" os pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a volta dos militares ao poder, no último domingo (2). Segundo o site Congresso em Foco, em resposta aos críticos, que afirmaram que o político seria um "petista infiltrado", Graziano escreveu um texto reafirmando sua posição e dizendo que é um absurdo os militantes de direita exigirem que seu partido encampe esta ideologia, na segunda-feira (3).

"Mexi num vespeiro da política ao postar aqui, ontem, opinião contrária ao impeachment da Dilma. Julguei a causa antidemocrática, não republicana. A intolerância mostrada em minha página do Facebook reflete essa incompreensão. Criticam minha coerência, decepcionam-se com os meus valores imaginando que eu deveria assumir os deles. Pior, alguns tolamente me acusam de ser 'petista infiltrado'. Dá até um pouco de dó", afirma Graziano.

O ex-deputado também afirma que a direita nacional mostra força na internet, mas não se vê representada em nenhum partido político atual. "Nós, do PSDB, nascemos inspirados na socialdemocracia europeia, com viés da esquerda. Nossa origem reside no MDB autêntico, que foi decisivo na derrubada da ditadura militar. Fomos decisivos na Constituinte de 1988. Fomos nós, com FHC à frente, que criamos as bases socioeconômicas do Brasil atual, inclusive as políticas de transferência de renda e as cotas", escreveu Xico Graziano em outro trecho.

Em São Paulo, cerca de 2,5 mil pessoas participaram da manifestação criticada pelo tucano na avenida Paulista. O primeiro post do ex-deputado, que motivou a polêmica, dizia o seguinte: "Só para esclarecer: achei absurda tal manifestação. Antidemocrática, não republicana. Ainda por cima, pedindo a volta dos militares, meu Deus, tô fora disso. Esconjuro".

Leia abaixo a resposta de Graziano aos internautas que o hostilizaram:

"Mexi num vespeiro da política ao postar aqui, ontem, opinião contrária ao impeachment da Dilma. Julguei a causa antidemocrática, não republicana. Não gostei daqueles discursos irados, revanchistas e reacionários. Tomei um troco bravo. Recebi centenas de comentários, críticos a maioria, de baixo nível muitos deles. Vou aprofundar a polêmica. Sigam meu raciocínio.

Existe no Brasil uma ideologia própria da direita que se encontra desamparada do sistema representativo, quer dizer, sem partido político. Sua força se mostra na rede da internet. Essa corrente luta para destruir o PT, acusando-o de querer implantar o comunismo por aqui. Defendem as liberdades individuais, combatem tenazmente a corrupção organizada no poder, desprezam totalmente as lutas sociais, mostrando-se intolerante com o direito das minorias. O deputado Bolsonaro e o ensaísta Olavo de Carvalho são seus expoentes.

Tudo bem. Acontece que, no período das eleições presidenciais, essa tendência se articula no seio do PSDB, trazendo para nosso partido suas causas. É normal existirem as alianças eleitorais, e para tal existe o segundo turno. O problema surge quando os militantes da direita exigem que nós, os sociais democratas, encampemos sua ideologia, o que seria um absurdo.

A intolerância mostrada em minha página do Facebook reflete essa incompreensão. Criticam minha coerência, decepcionam-se com os meus valores imaginando que eu deveria assumir os deles. Pior, alguns tolamente me acusam de ser "petista infiltrado". Dá até um pouco de dó.

Ora, nós, do PSDB, nascemos inspirados na socialdemocracia europeia, com viés da esquerda. Nossa origem reside no MDB autêntico, que foi decisivo na derrubada da ditadura militar. Nós fomos decisivos na Constituinte de 1988. Fomos nós, com FHC à frente, que criamos as bases socioeconômicas do Brasil atual, inclusive as políticas de transferência de renda e as cotas.

Na complexidade do mundo contemporâneo anda difícil rotular os partidos, e as pessoas, como de "direita" ou de "esquerda", categorias válidas no século passado, mas ultrapassadas hoje em dia. De qualquer forma, quem concordar com as teses dessa turma aguerrida que vê o comunismo chegando, é contra os benefícios sociais, sonha com a ordem militar, por favor, deixem o PSDB. Vocês é que estão no lugar errado, não eu!"




Do BOL, em São Paulo

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