Lideranças do PSB comemoram indicação de Marina e Beto, após reunião realizada em Brasília
O candidato a vice-presidente pelo PSB, Beto Albuquerque (RS), disse ontem que a nova composição da chapa socialista, que tem a ex-ministra Marina Silva na disputa pelo Palácio do Planalto, foi aprovada por unanimidade pela executiva nacional do partido. Os dirigentes socialistas estiveram reunidos durante a maior parte da tarde para sacramentar a chapa Marina Silva-Beto Albuquerque. Marina Silva era candidata a vice na chapa encabeçada pelo então candidato a presidência Eduardo Campos, morto na semana passada em um acidente aéreo.
Ao entrar no auditório da sede nacional do PSB, em Brasília, a candidata do PSB à Presidência foi recebida aos gritos de “Eduardo para frente, Marina presidente”. No início de seu discurso, Beto ressaltou que o prefeito de Pernambuco, Geraldo Júlio, representava na reunião a palavra da família de Campos, que teve voz decisiva na construção da nova chapa. Beto Albuquerque disse que o programa de governo construído pela aliança de Eduardo Campos com Marina Silva será a “carta-compromisso” da coligação. “O programa teve o comando de Campos e de Marina”, disse.
Ele defendeu o fim da dicotomia entre os dois partidos que dominaram nos últimos anos a disputa presidencial, o PT e o PSDB Disse ainda que a candidatura do PSB tem condições de “aposentar” a velha política e comparou o que chamou de políticos tradicionais a “raposas”, assim como costumava fazer Campos. “Marina e Eduardo espelhavam a expectativa da nova política”, declarou Albuquerque. “Vamos mandar para a aposentadoria as velhas raposas da política brasileira”.
Ele também usou outro argumento bastante usado por Campos e que é utilizado por Marina: de que a candidatura do PSB saberá preservar as coisas boas conquistadas nos últimos governos e “corrigir os equívocos”. Referindo-se ao acidente que vitimou Campos, Beto Albuquerque disse que o legado do ex-governador não será deixado pela metade. “Vamos dar a volta por cima”, disse. Ele afirmou também que Marina era uma mulher “incomum” e que agora a coligação tem “46 dias para trabalhar”.
Nome com forte resistência no setor do agronegócio, a agora nova candidata do PSB afirmou que o polo da campanha é o programa de governo elaborado em conjunto com o ex-governador Eduardo Campos.
“Quando foi na CNA (Confederação Nacional da Agricultura) fazer o debate ele (Eduardo) levou ali as nossas propostas”, disse. Ela disse ainda que discorda da ideia de que o agronegócio, de forma homogênea, tem restrições a seu nome. “Tem muita gente que está na vanguarda na integração de economia e ecologia”, declarou, citando como exemplo a área do etanol. “O Brasil é um País que tem na sua agricultura, tanto no agronegócio quanto na agricultura familiar, uma base importante da economia”, concluiu.
Do Tribuna do Norte
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