| Adicionar legenda |
Fim de tarde. Desço uma longa escadaria em meio a um jardim tropical, abro o portão e, apesar do brilho do mar carioca ao fundo e do reflexo dos carros passando pela avenida Niemeyer, minha atenção é de Nanda Costa, sorrindo para mim. Entramos na casa. abro o roteiro e lhe apresento Severina, personagem do meu filme.
Da caatinga sai SEVERINA (26) – bonita, com o rosto forte, armada e vestindo uma regata suja de terra, seguida por outros seis motoqueiros com visual punk sujo, atirando contra os guardas da gruta…
Lemos até o fim. Quero o caráter, a beleza, a sensualidade e a força de Nanda para Severina. Elas diferem no humor: a primeira tem um ótimo – e de sobra. Sua prosa é confortável, familiar, sedutora. Ela me conta da infância em paraty, do pensionato de freiras em São paulo, dos filmes que fez. procurei-a depois que a vi em Febre do Rato(2012), de Cláudio Assis. Veja o que o cineasta diz sobre ela: “pensa numa mulher guerreira, bonita e sensual. É Nanda. Nanda é poesia. É como uma pedra que você encontra em estado bruto e vai descobrindo”.
Nanda e eu nos despedimos com um longo abraço, selando o compromisso de contar uma história juntos. Sonhos Roubados (2010) mostrou como ela é boa nisso. Sandra Werneck, a diretora do filme, acha que a intérprete de Morena, de Salve Jorge (TV Globo), “está se consolidando como uma das grandes atrizes brasileiras de sua geração”. Concordo. por isso a quero em Língua Seca [título por ora], que deve começar a ser gravado no segundo semestre deste ano e estrear em 2014.
* Homero Olivetto é roteirista e diretor de cinema
Nenhum comentário:
Postar um comentário