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sábado, 20 de julho de 2013

EUA lamentam espionagem no Brasil, diz Dilma




Em telefonema, Joe Biden convidou uma comissão brasileira para esclarecer programa de monitoramento

Washington. Quase duas semanas depois de reveladas acusações de espionagem de seu país em milhões de telefonemas e e-mails no Brasil, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ligou no início da noite de ontem para a presidente Dilma Rousseff (PT) para dar explicações sobre o caso. Ele "lamentou" o fato e declarou estar disposto a receber brasileiros para esclarecer informações.

Durante conversa com a mandatária brasileira, o vice-presidente norte-americano tentou amenizar a tensão entre os dois países e reiterou o convite para que Dilma visite os Estados Unidos FOTO: REUTERS

Biden telefonou para Dilma às 19h e, segundo a ministra da Comunicação Social, Helena Chagas, deu informações gerais sobre o ocorrido e convidou uma delegação brasileira para ir a Washington nos próximos dias para ouvir mais detalhes, tanto do ponto de vista técnico, quanto no aspecto político.

A presidente expressou "grande preocupação" pelo que houve, "com a violação da privacidade de brasileiros e de instituições de Estado brasileiras" e disse a ele que espera esclarecimentos. Para Dilma, o caso foi além do governo brasileiro; gerou constrangimentos para a sociedade.

Dilma disse que aguarda esclarecimentos e mudanças na política norte-americana, para não haver risco de violação de privacidade. Desde a semana passada, a presidente tem cobrado publicamente explicações "técnicas" da parte do outro país.

"Em nome da segurança, não se pode infringir a privacidade do cidadão, dos brasileiros, e até a soberania de um país", disse a presidente, segundo o Planalto.

A comitiva que irá aos EUA deverá ser composta por integrantes dos ministérios envolvidos na apuração do caso no Brasil. A presidente deverá enviar representantes dos ministérios da Justiça, das Relações Exteriores, da Defesa, das Comunicações e do Gabinete de Segurança Institucional. Não há ainda definição sobre datas nem sobre quem integrará a delegação.

Biden reiterou convite dos EUA para que Dilma visite o país em outubro. A viagem está confirmada para o dia 23.

Retorno de Snowden

Os Estados Unidos reiteraram junto à Venezuela que o ex-técnico da inteligência americano Edward Snowden, a quem Caracas ofereceu asilo, deve enfrentar a justiça de seu país.

Em um telefonema, o secretário de Estado americano, John Kerry, conversou com o ministro chanceler venezuelano, Elías Jaua, sobre o fato de Snowden alvo de acusações criminais sérias voltar aos EUA para enfrentá-las, caso venha a ficar sob jurisdição venezuelana.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, é um dos dirigentes que mais defendeu Snowden e, em 5 de julho, ofereceu asilo a ele de forma oficial, assim como a Nicarágua e a Bolívia.

Ontem, dois senadores norte-americanos pediram ao presidente Barack Obama, para sugerir uma mudança de lugar para a cúpula do G-20 em São Petersburgo em setembro, se a Rússia não entregar Snowden.

O republicano Lindsey Graham, que já sugeriu um boicote olímpico, e o democrata Charles Schumer apresentaram uma resolução pedindo a Moscou para entregar Snowden aos Estados Unidos, e cobrando Washington a tomar medidas se Moscou não o fizer.

Mais cedo o porta-voz do presidente russo Vladimir Putin disse que o mandatário tem assuntos mais importantes para tratar do que o destino de Snowden.

"Você já viu a agenda do presidente? Há assuntos mais importantes do que Snowden, como o desenvolvimento da região de Sakhalin (Extremo Oriente), a região de Chita (Sibéria Oriental)", disse Dmitri Peskov.

O presidente Putin procurou na quarta-feira acalmar os ânimos quanto ao futuro do ex-agente dos EUA, garantindo privilegiar as boas relações com o governo norte-americano.

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